Um reverso pior que uma falha de motor


Há exatos 23 anos, um Fokker 100 decolando do aeroporto de Congonhas, em São Paulo, com destino ao Rio de Janeiro, caiu logo após a decolagem, ceifando a vida de todos a bordo e de mais 3 pessoas em solo. Logo após a decolagem, o reverso de um dos motores abriu, impedindo a aeronave de ganhar altitude e velocidade. A decolagem é um dos momentos mais críticos dentre todas as fases de um voo, pois a aeronave está à baixa altitude, baixa energia e vencendo a inércia com suas mais de 40 toneladas, e isso só é possível graças aos motores e asas. Se um dos motores falha em entregar o que foi calculado com o peso de decolagem, o motor remanescente consegue cumprir sua função e levar a aeronave em segurança para um pouso de emergência. Porém, a abertura de um reverso é muito pior que a falha de um dos motores, pois além do arrasto adicional gerado, o motor está gerando potência para frear a aeronave, afinal essa é a função do reverso. Quando ocorre a abertura após a decolagem e não após o pouso, essa combinação de fatores se torna fatal, como o ocorrido com o Fokker 100. Nesse tipo de ocorrência o piloto deve ser ágil em identificar o motor com reverso aberto inadvertidamente em voo e efetuar o procedimento específico de cada aeronave, que geralmente neste caso é desligá-lo. Dentre as recomendações principais do CENIPA estavam a melhoria na manutenção da aeronave e o treinamento dos pilotos para esse tipo de ocorrência. O acidente marcou a historia da Fokker como o acidente que mais levou vidas nesse modelo de aeronave. Nossos sentimentos á todos os familiares pelas perdas ocorridas nesse dia fatídico.

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